Sinto saudade do que não sou ...
Data 08/06/2017 22:11:44 | Tópico: Poemas
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Sinto saudade do que não sou, O que vês é nada, esqueci O pensar como fosse palha Ao vento, como vês deixei
De ser outro pra tornar ao nada Que sempre fui, esqueci por Momentos que o nada basta E sempre fui e serei o quanto
Sinto, saudade de quem sou, Normalmente um nada eu todo, Um todo-nada eu, nem mais Nem menos que um morto-vivo
Sempre, o plural de nada ou A definição nítida de um vazio qualquer, Sem expressão, quanto à minha vista. Lei ou justiça, quem dera não ser,
Nem formar sombra na rua, Em redor do rosto banal, estúpido Embrulho de um insatisfeito, Sinto saudade da realidade
Construída a brincar, do brilhar Dos pastos lá fora quando há lua, Para quê pensar se a forma é humana A que o espelho tem, vulgar
Quanto a justiça e a lei, importância Nenhuma, pois ainda não sou Ideia absoluta baseada no que creio Ser, sou a noção que alguém teve d'mim
Outrora e antes e em mim mora rente, E eu esse sou, sinto.
Jorge Santos (06/2017) HTTP://namastibetpoems.blogspot.com
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