A Carta que Nunca te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte XXXV)

Data 11/05/2017 17:25:55 | Tópico: Prosas Poéticas

Estive à pouco a ler o sorriso simples que trazes no olhar, li e reli já nem sei quantas vezes, poucas talvez. Com esse sorriso senti de ti o aroma calmo dos frutos silvestres... das amoras, das cerejas, dos morangos e até dos mirtilos... tudo combina contigo! Até o vento que puxa delicadamente as nuvens para que te inundem o corpo com lágrimas de felicidade, enquanto pequenas aves canoras, pintadas de todas as cores, te segredavam o que todos os homens gostariam de te dizer, todos sim, mas queria eu que não fossem todos... que fosse apenas de meus olhos que saíssem as mais doces palavras que quisesses ouvir. A cada passo que dás o chão floreia-se num tapete quase impossível de imaginar, desfaz-se em fragrâncias leves que te adoçam os lábios num beijo longo. As minhas mãos, assim longe das tuas, pedem-me que te abrace, que se entrelacem os dedos de uma tal forma que mais nada nos separe, nem a vida, nem a morte. Leio o teu olhar ao longe no desejo que um dia a distância não seja distância e que os anos não passem por nós.


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