Poupar-me?

Data 15/05/2017 19:47:56 | Tópico: Poemas

Como seria me poupar quando o que mais o meu espírito anseia é expandir-se? Como seria essa medida justa, ajustada à conveniência métrica, ascéticaestética? Dessa que não transborda, não compromete, não incomoda e nem emociona?

Espírito, alma, essas coisas têm coleira? São amestráveis, dulcificáveis? A minha, não. Ela jorra, ela espirra.... Faz birra de não querer obedecer a ninguém. Nem ao próprio dono! Mas neste jogo, quem é o dono de quem?

Tinha cá prá mim que me assenhoreara há muito dos destinos dessa escrita. Que erro crasso! Que graça o traço deste engano. A palavra escorre, transcorre, vai na frente – e aos meus dedos, só lhes resta perseguir.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=323624