SALTIMBANCOS DE ALEGRIAS QUE DÂO VIDA…

Data 25/05/2017 15:33:31 | Tópico: Textos -> Outros


Hoje dei-me saudosista, taciturno, talvez à mistura uma mescla pincelada de tristeza.
Há tesouros que são incalculáveis pelo seu valor material, histórico ou pela raridade, para mim existem riquezas maiores e mais importantes, não é que despreze os primeiros que a vida como anda não seriam com certeza para desperdiçar, mas adiante… dizia eu que para mim existe algo que estas relíquias não superam, que são aquelas coisas que nos fizeram e fazem viver, aqueles pequeninos nadas que nos fizeram senhores do mundo quando crianças e voávamos ao sabor da imaginação. Ainda guardo uma cana com dois panos brancos e quase transparentes que tapavam cada lado desse bambu, levava dentro umas pratas minusculamente dobradas e que ao olhar dum lado do tubo contra uma luz via mil mundos em sombras arrumados ao outro lado desse canudo, talvez sejam ainda esses mundos que tento pintar ou descrever de uma forma meio atabalhoada, mas rica em fantasia.
Ainda há outros mais fortes, inestimáveis, inesquecíveis e que não podemos recorda-los simplesmente porque não os esquecemos e que estão de tal forma entranhados em nós que já não são amigos, porque fazem parte do nosso ser, são já parte do todo que somos.
Jamais voltaremos a ser os mesmos depois de os ter conhecido.
Tive o privilégio de conhecer essas preciosidades que me fizeram crescer, que me fizeram viver e que estando longe ou perto, aqui ou lá… a vida sem os ter conhecido não teria a mesma graça, não teria o mesmo valor nem o mesmo sabor e mais importante, certamente nunca chegaria aquilo que cheguei, positivamente falando.
Talvez taciturno, talvez triste, talvez saudoso, ou talvez sinta que essa parte de mim esta a morrer… aquela em que é composta por essas raridades e por isso me agarre a ela, como um náufrago a uma bóia como uma última esperança de salvação.
Seja como for, esteja como esteja, não me desviaria um milímetro do que vivi, do que senti e do que convivi, tesouros que serão sempre meus e sobretudo que como disse são uma parte já de mim que não sei se acabará, porque sendo a alma eterna decerto partirão comigo!

F.Serra



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