viste o vento nos capins das pradarias de pássaros miúdos bailando nos ramos
viste da tua trilha uma canção de exílio quando alçam voo a outras bandas
no descompasso do passo o que farias inerte revendo teus rascunhados planos
a levar-te num sopro ao idílio das aruandas e calangas sem o olhar retro da rajada empurrando-te metro a metro
viste? quão fácil é sonhar quão fácil é planar como bumerangue triscar os pés no mar atolar-se no mangue
pra saber que o balanço das plumas incessantes na haste dos capins são notas dissonantes migram como vozes migrantes espelham semblantes que lhes emprestamos se mansos estamos traduz do trapézio a leveza em que liberas teus curumins se em trilhas e afins buscas teu pão à mesa assim como os pássaros um grãozinho desta planície aos confins
viste? ajoelhe-se e reze comigo pois se viver é nosso castigo então pequemos já que não sabemos pra onde os ventos nos levam nos gorjeios soltos só pra nós felizes agora, ao menos num duo pensar, plenos
de que a aurora vital vaga a tantas plagas como se tivéssemos do céu suas escadas
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