
Poesia Instruída
Data 05/06/2017 17:02:18 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Vocês que estão aí desse lado fazem a mínima ideia do que é ser poeta?! Ser poeta é recusar toda e mais alguma estatueta Vocês sabem o que é liricismo No caso de me despedir da escrita, eu despeço-me de consciência limpa
Discórdia entre meus pais originou a poesia Fiquei a conhecer facetas que antes desconhecia Se no passado era conhecido como um sem coração Agora por saber ler seu cujo com a palma da mão Não é para me estar a gabar mas tenho a sorte de sentir Acreditem que não foi fácil, primeiro tive de me ferir Para os que falam que o quotidiano é dócil, deixem-se de tretas Impossível avistar notícias de crimes sem ficar ralado O pior vem no fim quanto tocam à nossa porta variadas perdas Aí parece que o nosso ser fica sem chão como quem diz calado A gente passa com um pano quente no sufoco mas não esquece Até porque há sempre alguém para meter o dedo na ferida Pode parecer ridículo mas é assim que se enriquece Irem contra a nossa criatura nos dá mais garra para viver a vida Eu suplico que recrutem força nem que seja à caralholândia É me difícil sonhar, que ouvem tão cedo o sonoro da ambulância
Mas que grande revolta A nossa existência devia ter ida e volta O único que sobra da morte são pequenas lembranças Fotos do nosso retrato de quando éramos adultos e claro, crianças O nosso espaço é ocupado por outros homens de igual importância Se tiverem os pés bem assentes na terra, ricos em substância! Mas que grande revolta Deixarem vândalos à solta Esses mesmos que se intitulam de agressores Sem um pingo de respeito pelos maiores pensadores Que com a tacada certa livram os duvidosos de umas quantas dores Aceito pouco que que se escondam os grandes valores Como o respeito pelo próximo e a união de laços Vamos mazé fazer o que a meu ver é mais importante Dizer olá, sorrir, bem como dar beijos e abraços Oh irmãos do meu sangue, daqui em diante
Sou aquilo que sou não aquilo que falam da minha pessoa Se há coisa que não admito é que o façam à toa Muito menos que falem mal do meu trabalho Quando vocês mesmos que desdenham não fazem um caralho Se querem dar exemplo é preciso que tenham moral Mas contradizem-me quando escondem a face no carnaval Onde é que estão os manos de barba rija Ah pois é, foram apanhados com a boca na botija Mais do que disfarçaram não dá para disfarçar Até podiam mas não ia soar da mesma maneira Ao invés eu sou sincero, observo e só reparo numa caveira Que andou aqui o tempo todo a tapar o sol com a peneira Está a cheirar-vos a esturro?! A mim cheira, estão a ver vossa suposta fenomenal carreira Como dizem, foi um grande tiro no escuro Pessoas que lutam pelos seus princípios é que são nosso futuro
Por amor de deus não tenham vergonha do que é nacional Ao contrário tenham sim, do que é irracional Nós, seres humanos temos um pingo de salvação Pensamos, lemos, a ainda ouvimos a balada sensação São essas mais-valias que nos distinguem E que nós do mesmo modo rezamos para que vinguem Eu amo aquilo que faço, não tenho segundas intenções Dizem que eu quero é receber prémios mas são tudo invenções Eu quero é passar uma importante mensagem A vida é uma viagem onde, o destino, ninguém o sabe Por isso desfrutem ao máximo de cada minuto Enfiem o charuto na boca até morrer Peguem na caneta e ponham-se escrever Assumam a responsabilidade de fazer uma ata Que estão à espera, Dêem alma às folhas, Que eu vou querer ver com orgulho bolhas em cada sua pata

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