regressam novamente marulhares perdidos

Data 18/06/2017 03:38:34 | Tópico: Poemas

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… um braço do sol ceifou águas resistentes
à insensatez

quando a transparência do malmequer
ensimesmo dominado
esgotava
os imperceptíveis movimentos aleatórios

de tantas vozes
sempre por perto. Razão absurda
concêntrica
forma interdita

neste lugar transitório. Silêncios.

Abriga-se a nudez do teu corpo
pelo estilhaçar da noite

sempre que pouso os dedos
nas palavras esquecidas
desfeitas
[contra muros e muralhas]

mistérios únicos
guardados por frágeis margens. As nossas.

Nos cantos dos corpos suados
regressam novamente marulhares perdidos

incapazes de resistir
ao imaginário cordão umbilical
presente. Nem sei se são necessários tantos dilúvios

indecifrável horizonte
com as portas escancaradas. Confesso-te

ainda não sei entender
a superfície das águas. Algures.

(Ricardo Pocinho - O Transversal)




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