
Fogo Cruzado
Data 20/06/2017 13:37:30 | Tópico: Poemas
| Em cada esquina, em cada acostamento Em cada sonho exaurido Voam balas pelas ruas Sobe o risco do trajeto interrompido
No encontro das três nações Na bola do trevo da sorte Soam os tiros dos pistões Anunciando o perigo de morte
Em Ataíde, Mario Homem e Ville Roy Quem se arrisca, põe-se em risca e se destrói Num disparo fundo acionado pelo pé direito Até o escudo listrado perde seu efeito
A mira certa e ofuscante dos faróis O cheiro entorpecente do óleo escurecido É o prenúncio do fim da vida Pela arma que não tem um alvo preferido
Nem o amarelo, nem o vermelho E nem a blitz controlarão o fogo cruzado Da aurora à outra madrugada Qualquer cidadão pode ser alvejado
Vai! Vai em paz e com sua prece! Sem saber que poderás ser vilão Deus queira que não! Ou mais um na estatística Deus queira que não!
Só se inventarem uma arma nova Que ande a vinte por hora Que respeite sua senhora Seu pai, seu avô, seu gato e seu cão
As estatísticas estão aí A arma que mais mata por aqui Tem cinco marchas e três pedais
Com ou sem drogas Somos simples mortais Somos vilões, suicidas, Kamikazes, vítimas fatais
By Renato Braga
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