Para a Minha Pedra Tumular

Data 05/07/2017 18:29:03 | Tópico: Poemas

Os teus olhos desfraldam silentes
As últimas bandeiras a meia haste
Quando a nova flor renasce cinzenta
Os caminhos distorcidos e indiferentes
Largam de si o corpo que abandonaste
Para alimento de outra ave agoirenta

As tuas mãos são fragmentos de dor
Que escondem algumas doces fráguas
Dos meus oceanos adormecidos no mar
Inerte saboreio o velho vento sem sabor
Que depois de percorrer tantas águas
Descobre que não aprendeu a parar

Os teus silêncios voam longe em mim
Por entre passos descalços de dança
Que tropeçam num desejo inacabado
Fazem assim palavra sem nada ou fim
Entre uma e outra letra vai e balança
E esquece que o segredo vive calado


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