(Busco a eternidade-num-saco-vazio)

Data 24/01/2018 23:46:05 | Tópico: Poemas





Só basta a eternidade a mim,


Só me basta a eternidade,
Não quero ficar "pra-história",
Apenas por falar "falas-de-bruxo",
Nunca ninguém houve "em-tempos",
Nem teve por nome "chamar-se-eu-mesmo" isto,

Como eu me-chamo de-místico,
Só me basta a eternidade,
Pois que nada me é precioso demais,
Sonhar não é preciso, se o que faço é desperto,
Dormir é o paraíso, porque não dormir

Eu pra sempre,
E aquilo que sonhasse,
Fosse eterno,
Só basta a eternidade a mim,
Continuado já eu me suponho e prolongo

Nisso que digo sem esforço,
É como soltar o ar dos pulmões...
Como sentir o peso do cabelo,
Não o sinto, nem os sonhos pesam,
Penteiam-me os cabelos,

Assim a eternidade é uma condição
Que não me pesa, pois não a tenho,
Não a sinto sob a fronha,
No entanto brinca comigo
E com o meu desejo,

Só basta a eternidade,
A mim que a todo o momento morrerei
De enganos, disfarçado em dia
Que dá luz a tudo e até aos ombros
E aos passos que dei,

Acima de tudo sabendo
Que um dia morrerei, como tudo
Que se parte e se foi,
É isso que os poetas tendem
A ser, parecidos ou iguais ao que flui,

O que me resta é guardar o tempo
Bem dentro, assim como uma flor seca
Se guarda num livro que não se lê,
Soltar o ar e seguir o vento,
Pra parte alguma,

Quanto basta pra ser eterno ...
(Busco a eternidade-num-saco-vazio)









Jorge Santos(01/2018)
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