O Pavão

Data 20/07/2017 09:14:59 | Tópico: Poemas

O Pavão arrisca-se a cortar os pulsos à verdade. Parece-me que está a habilitar-se a contar as estrelas do seu contentamento. É só sorrisos lá para os lados do Arrabalde.

Pudera o José Maria berrar mais baixo e caminhar nas entrelinhas, era um regalo ver mosquitos em Santa Tecla, ele que até vai ficar à sombra da bananeira, depois das férias.

Por outro lado, a Bela continua a limpar o ranho às crianças, a outra fica só a escrever papiros à volta do Pavão.

Acontece que o Papagaio não diz nada, mas estou em crer que foi à festa dos ranhosos. Fecha -se em copas, com ar comprometido e fica-se por aí.

Melhores dias virão, diz o povo e tem sempre razão.

O chefe arrasou com a tomada de decisão dos vampiros, mais magro e mais velho diz que tem que ser mesmo assim, que não há nada a fazer para contrariar a tendência.

Uma coisa é certa, não é à toa que não se vendem biberões, é certo que vivemos num país envelhecido e que se ouve cada vez menos os ursos a chorar.





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