 
  
    	Romance do poeta
    	Data 20/07/2017 14:55:06 | Tópico: Poemas -> Desilusão
 
  |  O jardim se vestia do sol que o queimava brandamente, mesmo assim o jardim cantarolava, através de uma fonte que vertia água prateada, cristalina.
  Mas prostrado num banco, num canto do jardim, o poeta cantava com tanta tristeza, que quem o canto escutava, achava e dizia que o poeta e a fonte do jardim chorava.
  O choro era por alguém que não voltava, enquanto durasse o dia, sua ausência duraria... É por esta pessoa amada que chora o poeta e a fonte.
  E o jardim que se vestia do calor do sol, logo se despiria, com a chegada da noite, e a noite envolvia o jardim, como um rei veste uma escrava, logo a lua despontaria, logo na fonte se veria, o corpo de prata na água fria.
  E enquanto não vinha o dia, à fonte que retratava a lua, dizia e cantava que nunca mais a deixaria, mas o canto era mais um choro de lamento, que se o dia despertava a lua não mais veria... Era por isso que a fonte chorava!
  Fonte de melancolia,  que com tanto amor amava,  que nunca feliz completamente estava,  chorava quando era dia,  e se era noite lamentava e murmurava.
  Mas no choro que fazia, com tal beleza chorava, que quem o choro escutava, dizia que a fonte não chorava, antes que a fonte cantava.
  Assim também chora o poeta por sua amada dia e noite!
  Eliezer Lemos
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