Cartas
Data 02/08/2017 16:11:53 | Tópico: Poemas
| Escrevo cartas sem endereços definidos. Dentro das ruas, dormem os bichos, os homens e os loucos de amar.
Não morrem desejos.
As tintas e as cores perderam a pureza. Os muros foram pichados pelas crianças e seus pais.
O mesmo vento gelado penetra os quartos e as salas vazias.
O corpo pressente a fuga da alma; pede taças de vodka, limão e gelo.
Não espero respostas. Amores passados, quase nada sabem da poesia e do canto.
Desembaraço as horas na manhã e na tarde fria. Não sou ausente em nada.
Não esqueço nomes. Guardo nas gavetas o sussurro dos insetos.
Soam certezas. As cartas são atalhos de palavras para que eu não morra amanhã.
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