
ENTRE FADAS
Data 12/08/2017 12:18:49 | Tópico: Poemas
| ENTRE FADAS
Doura às nuvens d'horizonte Um sol nascente invernal, Que vindo detrás do monte Mostra a paisagem irreal De colinas neblinadas.
Era íntima soledade Onde encontro a fantasia: A caminho da cidade, Milhões de fadas eu via, Como se luzes aladas!
De facto, ao nascer do sol O mundo queda silente. 'Té n'orvalho o caracol Para quando, de repente, Fadinhas são despertadas.
Brincam no pólen das flores; Voltejam dentes-de-leão... A reluzir multicores Asas da imaginação Pelas manhãs encantadas.
Vêm e vão borboletando E pousam de asas luzindo. Até que de vez em quando Voam o bailado mais lindo, Nas auroras serenadas...
-- "Vinde folgar, minhas manas, Sem qualquer reserva já! Tão peraltas, doidivanas, Voejai aqui e acolá... Vinde, lindas! Vinde, amadas!..." -
Aquela às demais comanda E de todas quer-se rainha, Cantando a rodar ciranda: ... "Se esta rua fosse minha, Tinha pedras ladrilhadas"...
Os mais diversos folguedos Estes serzinhos brilhantes Sempre tão belos, tão ledos, Enchendo os ares errantes Das minhas sós madrugadas.
Assim folgava eu também, Absorto tão-só a vê-las. E embora fossem d'Além Ou dimensões paralelas Eram ali admiradas.
Pois ver o que não se vê E rir do que não existe Alegra aquele que crê Ou ao menos faz menos triste, Enquanto está entre fadas.
Betim - 10 08 2018
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