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eu queria falar a língua dos poetas ir ao céu e ao inferno roubar-lhes os pensares e todos os seus versos balançar na corda-bamba viajar nos seus mares
eu queria falar a língua dos poetas do poeta universal que vive e morre num poema à beira do sistema no submundo que ele cria e recria pra manter-se vivo
eu queria saber rimar a língua dos poetas e na solidão dos dias desejar o calor humano de quem sofre ao sentir tantas almas frias
eu queria dos poetas a língua pra falar por mim o quanto hei de versejar em qualquer idioma sem dizer que sou o poeta da vida o poeta que num canto canta o belo feio o feio belo da essência que verte em mim
porque eu queria falar a língua dos poetas seus clamores amores suas metas da areia ao cimento tocar os corações suas setas
sem que eu possa roubar o que neles foi lapidado pelo artista invisível de mãos que regem o tempo
eu queria falar a língua dos poetas e neste vero átimo ter um pensar alado que me ensinasse segui-los mundo afora toda hora desde agora eu queria
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