Coisas de um sacana normal

Data 16/01/2007 20:25:36 | Tópico: Prosas Poéticas

Era dia de pagamento de promessa,
de visita ao ao sítio que lhe era sagrado
e lhe dava guarida de vida devassa.

Ninguém lhe mostrara o lado errado,
fora ele, por opção, que o havia escolhido
e pagava, por descargo de consciência,
com sacrifício de corpo a limpeza da alma.

Esfolava os joelhos quase por demência
mas reconfortava-o pensar na calma
que, efémera, iria ter em seguida.

O estúpido acreditava que aquilo o perdoava
dos pecados e más intenções que tinha na vida,
acreditava, que de alguma forma, se safava
do fogo ardente que, todos os dias, lhe era prometido.

Deixou umas notas grandes na caixa...
como se esmolas fossem um penso rápido
que estanca as feridas que a maldade deixa.

Onde fora ele buscar tais ideias de perdão?
Alguém lhe dissera uma vez que o arrependimento
seria caminho a tomar para a redenção
e ele, feito menino sem tento,
fazendo alarde das penitências arrastava-se pelo chão...

a sua condição natural.

Valdevinoxis


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