
LENBRANÇAS
Data 15/08/2017 19:25:56 | Tópico: Poemas -> Solidão
| Poucas são as palavras a dizer O suspirar incessante do moribundo Esperando a escuridão chegar Os passos no Soton a distrair Vendo parcialmente paredes desbotadas A qual o sol não a pertenceras mais,
Acorde amada de seu sono perturbador Não faleis mais do passado Só ousa os passos que não sessam A mariposa noturna que ao abalroar, Na luz da lamparina quase a apagando Tendo hora que o silêncio se torna ensurdecedor
O jardim com flores se desmanchando Em meio ao rigor do sol que pontua ao entrelaçar dos ponteiros Assim passando mais um dia, Se perdendo no entardecer gélido Ficando a observar os quartos de portas altas Noite de um negro azulado tomando conta dos olhos
Quando sentindo o palpitar apressado Atrevendo a continuar com a solidão melancólica, O passar de horas tornando-se anos As sepulturas vista pela janela Iluminam com estrondo de trovões As chuvas incessantes de Janeiro.
Aprisionando nesses corredores estreitos, Longínquos com um ar de esquecimento Restando à companhia de retratos em pretos e brancos E caixas abandonada, Esquecidas em prateleiras empoeiradas Repletas de historias que o tempo congelou.
A noite que chega repentinamente vendando os sentidos A chuva castiga as paredes encharcadas Esperando o sol preguiçoso aparecer entre as arvores respingadas Evaporando as poças rasas, Do andar de cima em frente o peitoril lembrando, Os primeiros anos foram de casa cheia Pessoas se cruzando nos corredores
Vozes que caminhavam em direções opostas Crianças correndo entre canteiros floridos Pássaros multicores que migravam retornando ao lar O som da vitrola ecoando na dimensão dos enormes cômodos Tudo em seu devido lugar Acontecendo meticulosamente orquestrado Era tão perfeito que passava despercebido.
Agora lembrando os detalhes sei que tudo já se foi Restando um pouco de vida que se esvai a cada nascer do sol, Solitário de semblante cansado, A cadeira na varanda que ao balançar Alcança ao longe de uma visão turvada Centenárias e frondosas arvores Mais o tempo perpetua poucos E nos leva pessoas amadas inesperadamente, Assim nos deixando solitárias de cabelos esbranquiçados Perdidas na inexistência do tempo Restando flash de memorias Em uma solidão desesperadora Assustando os pensamentos restantes
Sentindo o pesar da existência Assim tendo passado rápido Anos que pareciam intermináveis Levaram a juventude restando Somente um corpo flácido Remoendo o que não foi feito vivendo Lembranças momentâneas Esperando a escuridão findar os últimos momentos Embora jazer pertença a esta casa Tornando uma prisão sem muros...
|
|