Esquinas

Data 24/08/2017 03:20:07 | Tópico: Poemas

Nas esquinas o vai e vem dos automóveis. Os amores são desiguais nos corpos iguais.
Agradecidas, prostitutas ajoelham-se
e rezam.

Circulam olhares em movimentos breves.
Espalha-se o cheiro dos bandidos
e o suor dos rapazes de aluguel.

Não há poeira. A chuva levou longe o desamparo dos mendigos nas marquises
dos velhos sobrados.

O mercado do amor é violento.
- Quanto custa uma companhia?
deslizam cigarros e narcóticos.

O ar cinza do tempo, sufoca lágrimas.
A tristeza passa. Esquecem hora da flor.

Amanhã o dia será mais calmo e claro.
Espero mais uma noite na tarde de abril.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=327292