O bailarico

Data 05/09/2017 15:32:59 | Tópico: Poemas -> Alegria

O bailarico

O pó levanta em redemoinho nuvens de terra seca
soltam-se debaixo daquelas tamancas já cinzentas
de tanto arrastarem no chão pelo terreiro poeirento
mas as moças não se aquietam roliças e peneirentas.

Elas sabem a graça que têm, moças airosas e tão frescas
como as maçãs do pomar, coradas daqueles bons ares
depois de segarem os campos, de foice na mão todo o dia
lavar no ribeiro, apanhar lenha ou sentadas aos teares.

Lá vão em ranchos pelos caminhos, rindo às gargalhadas
dizem graças e piadas e as faces cobrem-se de rubor
coisas de raparigas habituadas às coisas puras da natureza
desde crianças ouvem entre gente simples e dão o sabor.

Ouviram os madrigais, dos moços lá da terra e arredores
as concertinas não se fizeram rogadas tocaram com alma
o barulho não cessa, é festa! Há alegria, novos namoricos.
Tudo acaba, voltam em bandos já cansados, tudo acalma.

Na aldeia a luz das lanternas vai-se apagando, a lua fica
espreitando aqueles corações atrás das janelas a palpitar,
depois também vai dormir e deixa um recado à aurora
vem cedo que eles às seis da manhã têm de ir trabalhar.






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=327824