No final das manhãs

Data 01/10/2017 06:59:16 | Tópico: Poemas

não insista. não és camaleão
para sonhar na minha árvore.

afaste-se. aprenda a ser
melhor sem máscaras
de pano e cera.

cenas de ameaça e esquecimento
repetem-se no mesmo palco.
giram candelabros no vento.

teu corpo desnudo não atrai
o brilho dos meus pecados.

és Narciso. estás morto.
guardo apenas as flores,
cores e mares e a poesia
dos teus olhos.

quase cheguei à sombra
mas logo voltei à luz.

diria que o impossível amor
abafa a alma com sinais de
medo e dor.
é inevitável.

continuo a gargalhar
longe dos fantasmas

e cantar um fado
no final da manhã.








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