Os Jardins De Alá

Data 05/10/2017 14:59:41 | Tópico: Poemas

Eram, os teus agigantados olhos,
Dois rios transparentes e argentinos
Repletos de meandros perigosos!...

Eram dois regatos suaves e azulinos...

Desaguavam em uma linda lagoa
Que se formava no céu da tua boca
De estranha e escarlate coloração.

Eram teus seios duas cordilheiras
Que serviam de tênues fronteiras
Entre o teu e o meu coração.

Eram fontes insaciáveis de libidos
Mais do que Amazonas ou Nilos,
Mais que Ganges em purificação.

Nos planaltos perenes do teu ventre,
Entre as penugens veludosas e planícies,
Vadiava minha maldosa serpente,
Sem sons indianos ou de sinos tristes.

No Monte de Vênus, entre as virilhas,
Perdi-me na selva de relva escura
De uma semi-deusa deliciosa e nua
Deliciando-me em tais topografias.

Nos hemisférios,entre as nádegas,
Ou seja, recanto de paz e descanso,
Delícias gigantes, Niágaras,
Regatos de líquidos mansos;


Ali próximo há cavernas quentes
Com sabores de licores proibidos
Exalando eflúvios por ambientes
Despertando os desejos reprimidos.

É um céu de estrelas roxas;
Um roçar gostoso de coxas
Num delirante e eterno brincar!

É um poço de danaides de delicias
Um rio de substâncias melífluas
Perfumado em jardins babilônicos
(Ou seria os Jardins de Alá?)

Era uma figura formosa e feminina
A mais maravilhosa e perfeita geografia
Que viram meus olhos de Gyl.. Mar!



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