Memórias unilaterais
Data 16/10/2017 16:02:40 | Tópico: Prosas Poéticas
| Geme a alma, carente, castigada esculpindo o ser Fugitivo que forjo neste destino excursionando pelos atalhos De um mundo primitivo guarnecido por versos insanos e instintivos
Ao anoitecer chega o silêncio quase petrificado Deixando no ar as essências da sua escuridão inibitiva Contristada acamando meus ais e lamentos mais receptivos
Domei cada hora calcorreando o dorso da solidão Deixando sob disfarce aquela ilusão patenteada por Um pasmo e devorador desejo ali cativo
Lenta, lentamente embebedo-me da manhã despontado Invulgar e depurativa standartizando todos os beijos casuais Sussurrando nos becos da minha solidão insatisfeita e factual
Recreio-me pelos pastos alados projectando nos céus Virtuais um vassalo silêncio rumando à catedral das Minhas memórias onde a fé imerge imperativa e unilateral
Murcharam os lamentos vindos desses olhos tristes Caiando nosso jardim com mil perfumes primaveris Numa rara embriaguez saborosamente submissa e viril
É tempo de nos emanciparmos desta meiga ilusão peregrina Empoleirada nas crinas da solidão centrifugante por onde cavalgo Desatinado pilhando o tempo proscrito, alucinado…protuberante
Na catedral deste mundo poético exponho a fé que celebro num Rito sagrado , ajoelhando as rimas modeladas, supracitadas com mestria Qual incenso vagando pelo altar das palavras assim empolgadas
Morreu por fim o silêncio…enterrei-o de vez…rigorosamente Numa elegia de festejos pincelando o jazigo onde se extingue Também a noite esgotada, taciturna…transladada…integralmente
FC
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