Versos paliativos

Data 25/10/2017 17:40:33 | Tópico: Poemas



Quem nasceu pra ser jovem perfume
jamais exalará o velho enxofre da amargura

[...]

A vontade de expressar
a leveza da vida,
de não carregar os fardos
postos sobre a consciência

O desnude do apego,
poder sonhar,
por vezes, voar,
não deixar enraizar-se
pela indução das "coisas"

O prazer em repaginar as escolhas,
ter a sabedoria de conseguir sair
do labirinto sinuoso da incerteza,
e encontrar um abraço caloroso
com as conquistas

Retirando as teias que cobriam
a jovialidade,
desinfetando aranhas e víboras
oportunistas

Velar cinzas carbonadas em letras,
sem dar margem
ao entendimento distorcido,
sem o intuito de ferir,
quem ouve e lê a voz interior

Porque quem escuta
é parte de quem escreve

Lembra-te,
que das cinzas
refiz a minha aquarela
e pintei de verde
a esperança que é tão bela

Lembra-te,
Depois que o céu se abriu
e o sol alcançou o peito,
o toque do renovo
fez jorrar o júbilo da vivacidade

A velha roupa,
maltratada pelo tempo,
ganhou, sim, maciez
e perfuma
com aromas encorpados,
tudo por onde passa
e toca...suavemente

By Renato Braga


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