INÊS de CASTRO
Certa noite um camponês No Mondego ouviu cantar Era a alma de Dona Inês Que voltou pra nos saudar
Montemor breve acordou Ao ouvir canto tão belo E uma estrela iluminou As muralhas do castelo
Cantava a noite d’outrora Em que o rei lhe traçou a sorte Que a partir daquela hora Seria condenada à morte
Vieram príncipes e princesas E nobres de todo o lado Para escutar a subtileza Deste canto tão magoado
Falava com ansiedade De Pedro que tanto adorou E da Corte sem piedade Que à morte a condenou
Lembra a noite malfadada E todos aqueles horrores Quando foi assassinada Junto à Fonte dos Amores
Mas no fim o que a conforta É o amor que Pedro lhe tinha Que mesmo depois de morta A distinguiu como rainha
Rama Lyon
|