( Meu reino é um prado morto )
Data 16/01/2018 16:25:16 | Tópico: Poemas
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A minha mão não cobre o mundo todo, Mas a sombra assusta os passageiros Viajantes que no meu albergue entram, Venho de candeio na mão... bruxuleando,
Apetece-me também eu partir quando chove Mas dita o destino,-de que não sou dono- Criar bem dentro uma espécie de abismo Tutelado por uma outra dimensão de mim próprio,
Sonho de que sou eu mesmo a quem Obedece a trovoada e o mar oceano Revolto, acordo com a serenidade de um seixo Que tem qualquer outra pessoa sem ter rosto,
Igual a eles em tudo e até a morte receio, Sobretudo eu, de que serve ser do sonho Autoridade ou rei príncipe se não mando Sequer nos vencidos, tanto quanto eu sou
Quando acordo, terreno e ilucido, viajando De noite sou rei dos bruxos, acordado sou Insignificante baixo, seixo cego, sargo morto Assim como tu, que não és nada nem ninguém
E nem eu encubro e luz dum todo, esta ou outra, A ciência ou a metafísica, Venho de candeia na mão Como se os meus pensamentos fossem Realmente vitais p'ras dimensões que tem a Terra
No universo, às vezes deixo-me possuír P'lo logro, outro modo de ser quem sou E sonho que posso içar palavras em tribuna Alta, adaptada a mim mesmo e acender a vela,
Como se tivesse atravessado eu um braseiro Agnóstico e místico, sem rosto pra que me esqueçam, Apenas sussurro e arvoredo, venho de candeio na mão, Cedo é e a paisagem o desenho geométrico mais antigo
Do mundo, eu pra o abrir, cego descubro que (meu reino é um prado morto)
Joel Matos (01/2018) http://joel-matos.blogspot.com
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