Como precipitar-me como o esvair da chuva em busca de um amor meu se há cascatas a dilacerarem a montanha na sua dor por amor a um rio
A corrente não cessou de se entregar ao rescaldo de um passado que nunca lhe foi mar ou céu
Esperamos tu e eu pela graça enquanto elementos fustigados pelo fogo no seu trajecto aleatório que nunca se soube ser um fado em lealdade ao tempo de Jubileu
Como agraciar-te amor meu se os nados-vivos ainda na história foram os vilões do templo de Orpheu onde baptizados fomos tu e eu mas que nem a nossa sorte ali se concebeu
Como alcançar-te fonte inesgotável de um amor que já foi um pecado meu
Como dividir em parte iguais os gritos inaudíveis às portas da morte quando desertaram sonhos de um deus que nunca soube onde alcançar a sorte
Como apartar os medos as angústias a fertilidade das Eras insaciáveis pelo arrastar do tempo
Como libertar as lembranças de um leito frio ainda que se pressinta um passado do que resta dos seus corpos em chamas
As sombras descobrem a horizonte os seus semblantes brancos de retorno à luz de um amor que nunca dera um nome às lágrimas rejeitadas pelo céu