
Poemeto das maçãs
Data 09/01/2018 16:08:41 | Tópico: Poemas
| "Ofereço-lhe a maçã do discernimento"
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Fruto do pecado, saboroso, por sinal, partiu o céu em dois, fatiou o tempo da vida
o rubro encarnado, tentação pelo saber, árvore repousante, para boas leituras
mordida com olhos vendados, um salto para a metamorfose, ganha força, então, o "ganhar-tempo"; como é bom valorizar os segundos
a nudez da fruta, desperta a vontade em mordê-la, e nutrir-se do suco filosofal, alinhado ao êxtase das letras
uma jaz guardada no infinito, outra oxidada pelo tempo adâmico; desta caiu e germinou a semente dualista
a escassez da alma repousada sobre a mãe Terra, buscando o oriente, mesmo que com o GPS desregulado
o encontro com o fruto, oferecido pelo deus das horas, e o marca-passo das realizações, gerando o ápice da força do ser
o doce que aromatiza a boca, suaviza a mente e o olfato, atravessa a faringe, sem deixar pelo caminho o pomo do passado
a refrescância em tocar os lábios sobre a fruta do prazer, faz-me rir o quanto a bullyinaram, no passar das gerações
ela continua redondamente bela, esmeraldada ou cor rubi, enfeitando pomares e desenhos infantis
cobre seu ventre com endocarpo incomestível, tornando-nos imortais, livres e sedutores
[...]
"Jobs sempre soube disso"
Renato Braga
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