Minha casa é de água!

Data 24/03/2008 23:02:50 | Tópico: Prosas Poéticas


Quero construir um castelo
com os teus toques e com os teus aromas,
fazer de ti o primeiro dia do resto de toda a vida.

Farei de ti o resto da minha vida, se fores pintura pinto-te com os tons da minha alma, um arco-íris de sonhos, todas as cores misturadas e no fundo sorridente as luas dos meus olhos. Se fores um texto escrevo-te à tardinha quando o sol já alto se esbarra com a montanha e depois cai por detrás dela e tudo anoitece. Se fores livro leio-te de um trago, de manhã, mal o sol se levante, logo que a lua se deite, para te entender por todo um dia.

Invento-te as formas antes que caias do céu dos felizes,
vens? Preencher de felicidade a calçada por onde caminho.
Se cair... segura-me!

Tu és a doçura eterna que ecoa na minha alma, tarde calma, manhã submersa em carinhos, riso disperso em carícias. Se te sonhei antes tenho-te agora e nem a aurora me tira a vontade enorme de te ficar, de te permanecer.
Sentes-me a sacudir-te as tristezas das costas?

Se gostas porque não mostras?

Não. Não sou como S.Tomé, acredito. Não é preciso ver um sentimento, é preciso apenas sentir e sentir sinta aquele que me lê, esta maneira inteira de te amar, este jeito absoluto de to dizer, a verdade respira em cada poro do meu corpo. Escrevo-te na minha pele, tatuo-te, permanente...



não quero que saias daqui.

Se ouvires gritar apaga a luz,
esconde-te no sótão...
a dor dos outros tem tentáculos fortes,
alcança todos.

A minha casa é de água, comovo-me e choro. Choro e sinto, lugar muito incerto. Ando dispersa. Minto! Não. Fico! Quero cantar a mágoa e o pranto. Perder em contratempo. Viver por ti. Amar!



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