Quando de mim tornei-me ausente, Descobri o tudo que me completava. Chorei sonhos. Derramei versos. Juntei lápis e papel.
Presenteei-me com o meu inusitado ser. E desde então, de mim, não mais me afastei.
Soterrei minha alma nua, Em escombros de palavras, E o peso do que me foi legado, Acalmou a pena escrita da minha emoção. E lá, na profundeza descrita do meu alfarrábio, Continuei a prosa da minha história.
Quando perdi a noção dos meus acertos, Refugiei-me no silêncio. Não pude confessar os meus anseios, Entre tantas manhas e entremeios.
E ao guardar a minha voz, Fiz do meu alento, o teu e o meu contento.
Hoje quero ar. Quero debruçar-me na janela, Contemplar e acariciar o mar. Quero valer-me da minha âncora, Mundo afora.
Levar-te, Além. Nesse refúgio secreto. Por vezes, incerto. E juntos, Dizer da imensidão de tanto Amor, ( - Despidos de todo e qualquer temor - ), Sonoro e benfazejo, Amém...!