DÚVIDA CRUEL
Data 15/02/2018 00:56:44 | Tópico: Poemas
| Dia após dia, Vejo-me nessa dúvida cruel. Já não sei se o amor é doce. Ou amargo como fel. Até onde posso Vou rimando amor com flor. Vou te dedicando versos. Te descrevendo em rimas. Mostrando meu direito E meu avesso. Mas sem saber se te mereço. Diante de teu oceano Sou grão de areia. Nunca tive a pretensão, De me comparar com uma sereia. Às vezes sinto a direção De seus olhos. Pairando em outras paisagens. Por dentro eu me vejo triste. De ti faço outra imagem. Ah, se eu pudesse adentrar Neste teu coração de poeta. Tirava essa dúvida cruel. Que me rouba o sono, Desvairada... Como animal sem dono. Apodera-se de mim Um estranho torpor. Vejo sem sentido a vida. Perco a crença no amor. Anseio por cereteza. Aí sim, optaria em rimar Amor com flor ou com dor. Se minha alma tem cor... Não sei. O que a mantém radiante. É o amor. Só o amor. E o amor não tem cor. O amor tem sabor. De um beijo Dado com desejo.
Vera Salviano
11.02.2018
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