... tão perto e tão longe
Data 21/02/2018 01:29:47 | Tópico: Prosas Poéticas
| Aqui, onde os meus passos vagueiam pela cidade imensa, sinto-te tão perto e tão longe… Desnudo-me por estas avenidas cheias de rostos desconhecidos falhos de sorrisos e de gestos, a orvalhar pingos inquietos… Doem-me os passos vagabundos de querer o impossível…e sinto o frio penetrar na cidade, capital de um país que procura resguardar-se da alienação dos seus conterrâneos. Aqui e além o sol aparece por entre as nuvens pardacentas, como que a querer aquecer o frio dos corpos E o metro, num vai vem alucinante penetra as entranhas da terra, indiferente á dor dos rostos que o percorrem A saudade é acutilante e cobre este corpo envelhecido, pelo peso do tempo Sinto o olhar desenhar corpos nus, silhuetas de paixão entrelaçadas num abraço ímpar, parados no tempo O som do metal ressoa como um rugido de fera enclausurada na teia da alma O frio penetra nas mãos trémulas, amparadas pelo desejo do corpo, de te ter E o silêncio cada vez mais audível dilui-se no ruido da multidão.
Escrito a 19/2/18
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