
... do absurdo
Data 27/03/2008 12:34:06 | Tópico: Poemas
| Absurdas as jarras prenhes d’orquídeas as bocas sujas no melaço esconso d’azedas uvas.
Absurdo hoje e sempre o esvoaçar audaz das asas de morcego … o desassossego de cada final de tarde … a saudade Absurdo o tempo retesado ao filamento do verso na palidez de virgens sempre viúvas … e as carnes as carnes secas expostas às intempéries e ventanias.
Solto tímida raios aos astros, do Sol os mais franzinos para que te não queimes, em busca que os retenhas em língua rústica, aquela com que, sem palavras, me dominas …
Deslizo. Sou astúcia na paciência intensa do silêncio poeira cósmica primitiva polvilho manso de açúcar e canela a pairar no enclave pontiagudo de tua vida, por sobre fungo bolorento do bafio por sobre vitral partido, sílica primeira d'insana penedia.
Deslizo e sou em ti …. poema, poema maior em cada dia, o que vendas, o que calas prisioneiro, arrestado à cambraia fina agora decepada se perjuras a tua amada de secreta palavra que nos avilta a pureza instintiva da alma.
... do absurdo, o tema!
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