
JANELAS DA ALMA
Data 27/03/2008 00:45:39 | Tópico: Poemas -> Amor
| JANELAS DA ALMA Paulo Gondim 15/03/2008
Eu me vejo preso no meu pensamento Enclausurado nos meus dias de tormento Envolto em névoa fria, fosca, espessa Que me expõe as entranhas, nesse padecer Do lamentar diário, desse calvário Que é minha vida sem você
E tento escapar pelas janelas da alma Dou voltas pelo quarto, perco a calma Olho mais uma vez a rua, a rua escura A mesma rua que me viu crescer Que já não é a mesma, envelheceu Como eu, que perdi anos, sem te ver
E continuo preso, inerte, sem saída Na expiação de minha culpa tão doída Escapar dessa agonia é o que me importa Antes que se torne em mim obsessão Que já se avizinha, que já se prenuncia Como castigo de viver só esta paixão
E aí, mais uma vez, nas janelas da alma Olho para fora e vejo amarelada palma Do velho coqueiro em frente à porta Nele, vejo tuas mãos, agitando os dedos Como sonho, que vagamente me conforta E que ouve, calado, meus segredos
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