Na voz do vento
Data 13/04/2018 19:22:24 | Tópico: Poemas
|
Hoje o vento abana o tédio, Parte aromas de cristal Como é belo e me deslumbra o mistério, E põe o sonho no pedestal. Ouve-se a voz do vento Que parece versejar, Faz-me escorregar no silêncio E me pede para o admirar. Em redor rareiam flores, Abstraída no infinito, olhar é distracção, Dedico-me a catalogar brilhos e cores Pois poetar é pura pretensão. Escrevo porque o vento pediu Passou a ser promessa ou compromisso Mais que um acordo…persuadiu. Ficam então as palavras sem sentido, Num papel em branco (com)ponho-as desajeitadas, Soltas …perdidas, sem cor, tombadas. Palavras que ficam ancoradas no tempo De mão dadas com paisagens de silêncio Suplicando por letras e silabas organizadas …Sonhando com pontes sem rios… E por fim decifro o versejar do vento. Descreve-nos o cenário, Fala-nos de estrelas lascadas Caídas no portão da madrugada Onde tarda o amanhecer …Onde tardam marés… De uma lua magoada. Queixa-se de ter perdido o aroma do rumor E as estrelas o esplendor. Segreda como estilhaçou o medo Absorveu vontades Valorizou evidências Aceitou diferenças… E seguiu em frente.
|
|