Das Necessidades

Data 29/04/2018 23:38:21 | Tópico: Poemas

Você é a necessidade diária
É a fome, o vício, a religião...
Necessito dos doces dos lábios
E tenho sede sim, sede do seu sexo...

Se preciso morrer for, que morrer seja.
Mas seja morte em braços de Madona, de "Pietà".
Se for para viver, "viva la vida"!
Mas sem você não tem viver nenhum...
Viver algum...Não tem... Não tem!

Tenho necessidade de ti, sim.
Tem o ramo da Esperança que vem
No bico de uma pomba branca
Após dias de tenebrosas tempestades
E a coragem da criança que só criança é quando cora de vergonha
Das nossas sanhas,
Das nossas assanhadas
Conversações e se transmuta
Em mulher.

Tenho fome, tenho sede, tenho fogo!
Peço-te corpo! Peço-te saliva!
Peço-te gozo!
Não te peço prazo.
Peço-te prazer:
Prazer de ser.
Prazer de estar
Na sala de estar
Ao bel-prazer
Ao fazer...
Ao lamber
O falo,
A glande
Grande
A fala
Egípcia
Dos amantes
Em carícias,
Dos gigantes
Dos Andes...



Venha na velocidade violenta
De um feixe de raio
Rasgado de Sol em primavera tropical!

Venha veneno
Que sou sua cura.
Venha correndo
Que sou seu veneno!
Vista veneno,
Se vista de pele
Sua com pele
Minha que sua,
Que soa, que urra...
Que pele suada
É brisa leve
É brisa boa
É Bruma
Brumosa
É água de rosa
Em banho de espuma.

Tenho fome, tenho sede, tenho calor!
Mata o que me mata, mas mata-me bem.
Mata-me bem devagar, lentamente,
De costas...
De vagar...
Quero o que a morte tem
Hoje eu quero
Morte zen
Hoje eu quero
Morte bem
Morrida!





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