( 1820 )
Data 30/05/2018 16:41:58 | Tópico: Poemas
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1820
O mal deste mundo é nem tudo rodar à volta dele, Por sinal a mim tudo volta excepto o que mais desejo, Voltar ao mundo segunda, terceira, quarta vez e sempre, Por isso escrevo detrás pra frente e não de frente pra trás
Mas sempre contra a rotação do planeta pra ser diferente De toda a gente na Terra e em tod'a roda desta e sempre Com a lógica de um relógio de água na metafísica de Escher, Menos arbitrário o pêndulo que Foucault, e o universo
Tão mais próximo quanto o supúnhamos longínquo Ou tão a Norte, o mal deste mundo é nem tudo rodar À volta dele, de mim tampouco, sou o que sente, Cumpro o ritual das cearas, Copérnico das velas
Crescendo, solto no ar o que parece ciência sem ser, Ninguém me conhece tão mal quanto eu, mesmo Os meus segredos me metem medo sendo a fingir, Tomara este mundo possuísse longas pernas
E umas mãos de metro e meio, pra me segurar eu, O mal deste mundo é nem tudo rodar como roda Esta pedra redonda, que é meu coração moinho/nora Por isso escrevo detrás pra frente e de frente pra trás ...
(Joel Matos 1820) 2018
Joel Matos (05/2018) http://joel-matos.blogspot.com
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