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Data 23/05/2018 22:39:08 | Tópico: Poemas
| Rasguei meu poema de mil versos Após a releitura de um texto de Dante. Quebrei meus discos antigos de vinil Onde prevaleciam Pink Floyd e Belchior.
Retirei o pó dos Clássicos em brochura Pobre que tinha na minha escrivaninha. Risquei os muros antigos da Babilônia Quando estive a caminho de Dakar.
Beijei bocas que beijaram outra bocas E desfrutei mulheres de outros homens. Também comi da fruta rosa que me deste Naquele dia que parece nunca chegar.
Deixei minha digital nos pergaminhos Antigos descobertos em velhas cavernas Onde um pterodáctilo morreu por inanição: Depósito de conchas e de corais coloridos.
Lembrei do crocodilo do Rio Nilo Que trazia na boca partes de um escriba Cuja maldição amendrotou um Faraó E das ervas que usei num ritual funerário.
Trouxe-te erva-cidreira, papoulas da China, E condimentos vindo de Madagascar. Das Índias os mais perfumosos incensos Que queimo entre sibilas da áurea Grécia.
Reverencio aos soltícios um deus pagão. Quando é cheia a Lua deixo a pele descoberta Para que o lume da Lua me cubra o corpo Com a prata banhada de uma atmosfera.
Faço tudo isso é faço mais um tanto. Desde que refaça as lindas e longas asas Cuja envergadura é traçada pelas linhas De um Universo de versos em poesia.
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