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vejo o arco escuro de olhos embaçados
peço mais alguns minutos antes da aurora fatal : a nova vida inescrita chorando o adeus penso em todos os meus quiçá sejam felizes se comigo nesta hora não verão a face de Deus
revelo meu derradeiro segredo de coragem sem medo
meus impulsos perdem o fôlego neste olhar trôpego
desimpedido e tão vazio despeço-me da adorada saudade de toda e qualquer vaidade do filme que se me passa nas asas plenas da ponte aérea
desvirgina-se em mim a vontade a finda à qual me atino de estar acima do alto monte tão abaixo de meu destino ...
e o que vejo tomba-se na verve imemorial do esperado final oculto numa viagem espiritual de linhas incertas que ora inicio seguro se já soube de tudo e já não sei nada neutro minh'alma alcança meu voo à última morada
partindo sereno miro vestes brancas no céu escuto a melodia angelical acordar estrelas silenciosas opacas assombrosas que só o brilho da morte acende nos poucos minutos que me restam duma história que já não faz sentido
no último fechar de olhos fio-me na lembrança e na bonança que comigo vai quando olho ao redor e suplico ao Pai por mais um momento por um momento a mais d'esperança
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