A Aranha Metálica

Data 09/06/2018 01:10:17 | Tópico: Poemas

Uma aranha metálica tece
Fios de aço rumo ao infinito
Enquanto um mocho ulula
Notas tétricas e tristes.

As garras da Noite rasgam
As raias sanguíneas do ocaso
Que sangra nuvens escarlates
Que choram lágrimas de aljôfar.


Miríades de estrela se acedem
Como se uma mão divina tocasse
Tocasse a cabeleira noturna
Com a ponta de um dedo bíblico.

Idílica é a canção que um riacho
Cantarolava enquanto beijava seixos
Arredondados que sorriam para a Lua
Boiando na abóbada feito argênteo balão.

Céus de bocas que céus sonham
Ser, se tornam universos de beijos
Perdidos no Paraíso fictício de Milton
Que nada sabia sobre alfafas e alfaces .

As faces ocultas de um satélite
Só deixa transparecer o que olhos
Humanos jamais poderão ver
Enquanto não enxergarem as almas
Dos velhos e carcomidos sofás.

Nos Jardim de Alá velhas virgens
Com as mamas pendentes e bocas
Sem dentes irão servir maçãs de ouro
Para os soldados mortos em guerra santa.

Eu, por mim, vou ficando por aqui
Pois quanto mais eu penso mais
O poemas sai do tema e se agiganta
E, para poesia do dia, de nada... Adianta.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=336752