bengaleiros não são de Bengala e a bengala é dos bengaleiros

Data 12/06/2018 09:21:37 | Tópico: Poemas

Permito-me o contraditório.
Valho-me mil
advogados do meu diabo
e, neste núcleo transitório
sou um perfil,
ao fim, ao princípio, ao cabo.

Se o agora não é agora,
só um após,
e o veja, embora cegue,
mas fica, sem se ir embora,
rio sem foz...
O diabo que o carregue!

Sempre e nunca são um, apenas.
Se não há um,
também, no tudo e no nada,
cabe a mim ser meu mecenas.
Ter o jejum
de diabos na minha morada.

Não lembra o diabo isto,
a confusão,
um poder em claro abuso!
Em que me rendo e conquisto
num sim e não
que só eu não acho confuso.

O castigo é solitário.
Eu estou só
e, por vezes, até sozinho.
O preço de ser contrário
é ser um nó
em seu perfeito desalinho...


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=336807