A tudo chamo poema...

Data 29/03/2008 01:03:02 | Tópico: Poemas

A tudo chamo poema:
aos tratados de nossas almas
sob chuvas de mentiras firmados;
às máculas deixadas
no vazio dos meus lábios
inda dormentes;
ao bordado de estrelas
no manto branco
de um livro corpóreo
ainda intocado;
à culpa adolescente
que desabrochará
em assassino remorso;
à solidão silvestre e verde
e às mãos incertas
e à conciliação morta
e ao suspiro penúltimo
e à mão gigante da espera
e à saudade imersa nos entretantos
e à paz intragável
e ao isolamento dos ecos
dos ciúmes impalpáveis...
A tudo, amado.
Porque és tu o que
me invade a fala,
ardente de guerras,
e são tantos os versos,
tantas as luas no meu sangue,
que meu coração
é um poema de amor
condensado,
por ti, amado.
Por ti.



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