a urina de céline
Data 29/06/2018 10:05:55 | Tópico: Poemas
| morria diariamente cada vez mais cedo para melhor se abeirar da luz que só a ignorância consente
mas o filtro envenenado do ultraje corria já pela treva do seu peito fendia-lhe os olhos de presa e emergia dele um uivo ancestral que incendiava a sua própria pira
nesses dias não escrevia versos dos que se servem como um prato de biscoitos mas dos que anunciam a queda do céu
nesses dias das palavras ascendia um hálito acre de infâmia tão inútil como uma cópula de quem se abandona às garras do seu rival e se cumpre liturgicamente
para demarcar um território de espera para se fundir (assim a Fortuna o permita) na única metáfora do fim da noite
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