NUM LONGÍNQUO CREPÚSCULO!

Data 03/07/2018 13:01:29 | Tópico: Poemas

Num longínquo crepúsculo,
ele se sentou nunca cadeira de mogno
e começou a enrolar, lentamente,
seu cigarro de palha:

as mãos calejadas
pareciam ter se transformado
em rijos e estranhos cascos,
com seus tentáculos cansados;

à pele envelhecida,
corriam tantas falésias
que lhe encobriam estórias
e nativas sardas.

Ele gostava ver o pôr-do-sol
dando baforadas
como que a assistir às últimas
luzes do espetáculo,

como que a me ensinar
como são frágeis
as cortinas de fumaça.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=337364