BALANÇO

Data 29/03/2008 22:55:39 | Tópico: Sonetos

Depois de tanto vacilar me distancio
De tudo que o humano em mim se apegava;
E largo agora dessa mão que me amparava
Em meu caminho protelado, doentio.

Cambeteio por entre as pedras da estrada,
Equilibro-me na navalha em fino fio;
Vendo o medo que preenchia meu vazio,
Ir, aos poucos, se transformando em quase nada.

Se tantas vezes nos prendemos por receio
Da solidão; (Remédio amargo dessa vida)
Ignoramos sua face necessária.

Estar sozinho é se encontrar sem rodeios
Com o que existe na chegada e na partida;
É o balanço dessa vida temporária.


Frederico Salvo



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