
As Sereias
Data 06/07/2018 21:40:54 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
| Eu não sabia como era ser feliz Tudo o que eu conhecia era a solidão Não vou dizer que era como eu sempre quis Mas assim, eu protegia o meu coração Por muito tempo eu pensei que estava certo Por muito tempo eu sobrevivi a seca do deserto Mas, um dia a tempestade me alcançou E, com a sua ventania brutal, ela me arrasou Eu confesso que não estava preparado para o desastre A minha única guia era a própria tristeza Ela me indicava o caminho, como uma boa amiga.
Nunca pensei que acabaria escrevendo textos, Muito menos sobre momentos tensos e meigos Nunca fui um adepto de filmes de romances perfeitos Mas, depois que conheci aquela pessoa, mudei o meu jeito Comecei a dedicar, comecei a poetar, Mesmo não sabendo me expressar direito Tudo aconteceu de repente, culpo aquele beijo Aquele toque macio, aquele aroma de alívio, Que retirava o peso que eu estava, talvez, sentindo A perspectiva que eu tinha para com o mundo havia mudado Sempre que eu me encontrava chateado, Eu me lembrava daqueles cabelos cacheados Hoje já não os tenho mais como forma de remediar a dor, Mas as memórias são de igual valor Assumindo o esquecimento da voz, eu ainda permaneço apaixonado, Por aquela que me enfeitiçou.
Às vezes parte de mim a odeia Mas, não importa o quanto eu tente, Para sempre ela será minha única princesa Não sei o que o futuro me reserva, e não me interessa Mas eu gostaria muito de revê-la, Apenas para saber se ela manteve aquela promessa Escrevo aqui um desabafo de um coração cansado, Cansado de buscar aquele mesmo calor em outros braços Eu não sei o que será de mim se eu continuar, Pensando que todas as mulheres são como rosas, Que devem ser cuidadas, amadas, regadas com carinho Não sei, mas sinto que estarei sozinho no fim.
Eu gostaria de entregar os textos que escrevi, Para todas as inspirações que conheci Carol, Vitória, Ana, e aquela ruiva que o nome fugira de mim Elas são provas de que "mulher da vida" não se aplica a todas, Me apaixonei por elas, com todas as minhas forças Se uma delas me pedirem hoje um texto romântico, Eu irei de fazer um romance titânico Farei um conto de fadas entre Pã e a ninfa Tudo para derrubar as lastimas de quem eu, Outrora chamara de queridas Se elas me mandarem uma mensagem de saudade, Eu manusearei palavras de afeto e ternura E retornarei frases de felicidade Não sei se sou afeminado por escrever dessa maneira, Mas, sim, me apaixonei, e sim, conheci sereias.
Lembro-me muito bem das letras que formei, Das canções que eu recitei, Dos versos que liriquei Se me perguntarem de quem sinto mais falta, A resposta jamais será clara, pois, Sonho com todas, guardo em um baú aquelas lembranças boas.
Vou escrevendo e pensando naqueles momentos Momentos que me tornaram o que sou hoje, Um jovem sem medo de amar, de perdoar Creio eu que os textos me ajudaram quando eu estava no vazio E espero que eles me acompanhem em meu exílio, Se caso eu vá ficar perdido no meio do caminho.
Outro dia uma garota, uma pequena libélula, me visitou Em posses de alguns dos meus versos, ela me olhou Surpreendentemente ela me elogiou, e isso me cativou Não digo que fora adicionado, mas um motivo para escrever Mas, me alegro em saber que consegui entretê-la ao ler E, novamente estou aqui, mas com um objetivo diferente Estou apenas recordando um passado tão agradável Talvez eu o reviva, mas sei que é pouco provável Mas posso, ao menos dizer que, de muitos, eu fiz parte de poucos, Poucos os jovens que realmente sentiram o que é amar, E ser amado, e não se preocupar com os defeitos e os fracassos Pois ao seu lado está a pessoa mais adequada Então, sim, fui feliz, e espero ser de novo E como as águas claras, viajo em mais uma jornada, Em busca de fábulas, em busca de musas, de fadas.
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