Apesar de o homem ser tanto quanto possível, diferente da pedra, o seu centro mais íntimo é, de uma maneira estranha e muito especial, bastante semelhante a ela (talvez porque a pedra simbolize a existência pura, estando o mais possível distanciada das emoções, sentimentos, fantasias e do pensamento discursivo do nosso ego consciente).
Carl G. Jung
Olho para o coração da pedra e tento vislumbrar o que ela traz de outras eras.
Olho para a pedra com simpatia o que temos em comum: minerais nos meus ossos que se temporizam e se dissolvem sob as chuvas dos meus anos.
Ela resiste quase uma eternidade deve se gabar diante de minha brevidade.
E nós tão humanos enquanto elas tão pedras às vezes os reinos não se encontram. Os eretos, ilusoriamente geométricos e elas, as curvas, disformes e estáticas.
Olho para o coração da pedra e tento vislumbrar o que ela traz de outras eras até o meu tempo.
O meu tempo é sopro enquanto reino, crente que sou rei ignorando que no final dos meus dias ela olhará com indiferença pensando que em sete mil anos é apenas mais um orgânico que viu nascer, crescer, viver e depois retornar ao reino mineral.
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