Há muitos anos fiz uma entrevista de emprego e uma das perguntas foi a seguinte: Do que você sente mais medo?
Eu bem que poderia ter respondido que era da morte, de perder um ente querido, medo de contrair uma doença incurável ou de ser atacada por uma serpente.
Imaginem qual foi a minha resposta imediata?
Tenho medo de ficar desempregada.
Desde então venho definhando desse mal,
lentamente...
Nunca imaginei passar por isso, pois passei a infância e a juventude estudando para ser gente, dona de excelentes notas do ensino primário até o acadêmico.
Formando-me muito jovem, vivi anos de ouro, período de prosperidade, estabilidade e alegrias até a queda/desemprego.
De quem foi a culpa? Azar? Maus ventos?
Progressiva decadência, sinto medo...
Muito tempo fora do mercado de trabalho, currículo defasado, pelo caminho só promessas e empresas oportunistas que cobram até pelo cadastro, concursos e seleções são cartas marcadas.
Amigos e parentes por maldade ou por falta de tato só me deprimem com comentários.
É um clima insuportável.
Desempregado é sinônimo de vagabundo, de vadio, a frase que mais escuto por dia: Você não faz nada.
Se essa energia para me humilhar fosse gasta procurando uma forma de me ajudar, com certeza, eu já estaria empregada.
O mal-estar é tamanho que uma tarde fui procurar uma espécie de Desempregados Anônimos, digitei o termo, não encontrei a tal irmandade, deparei-me com textos de oportunistas, semelhantes aos que mencionei anteriormente.
Se o segredo é manter o pensamento positivo, vamos em frente confiando em Deus e naquela que me encara com um sorriso convincente sempre que acordo e vou escovar os dentes!