Data 15/08/2018 20:46:00 | Tópico: Prosas Poéticas
Se a paciência se vendesse, Comprá-la-ia aos médicos Que dão vida à vida, Remendando almas com paciência, Seria então; o homem mais paciente Aos olhos da morte. Se a delicadeza se oferecesse Pedi-la-ia às mulheres, Que aturam a loucura dos homens E adoçam amargos corações. Se pudesse roubar a candura, Roubá-la-ia aos pássaros Que cruzam os céus, Livres do pecado, Livres do ódio, E semeá-la-ia n’alma dos homens, Que fazem das suas, fonte das tormentas. Pássaros voam livres Com a paz n’alma, Que deus neles implantara No princípio de todos os tempos. Ah! Se os homens tivessem A inocência dos pássaros, A lua brilharia mais, O mar correria entre prados, Livre da sujeira dos humanos, O planeta respiraria fundo E a vida duraria mais um pouco Como a vida da vovó Tchica, Que vivera com paz n’alma Antes do homem deixar sua marca na lua, Antes do homem se tornar Em assassino de si próprio, Devastando a natureza Que deus criara para o seu bem. Ó terra, terra minha! Quando te vejo suada e devastada, Penso na imprudência dos homens, Que nunca souberam usufruir Das tuas preciosas dádivas.