Batendo a porta

Data 25/10/2018 20:51:26 | Tópico: Sonetos

Batendo a porta

Era um modo tão estranho que tinha
Ao entrar, com força, batia a porta
E a sua mulher com a cara meia torta
Sempre o reprendia, não se continha

Podes trazer o jantar, pois é noitinha
Mais calmo acariciava a filha inocente
Num sorriso ela mostrava os dentes
E lhe agradecia com uma palavrinha

Um dia chegou mais calmo e quando
Entra devagar e fica parado hesitando
A mulher chorando, ninguém conforta

Ao encostar a porta ele segue à sala
Só escuta choro e nada ninguém fala
Contempla com tristeza a filha morta.

Inspirado no poema A vingança da Porta de Alberto de Oliveira.

jmd/Maringá, 25.10.2018




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=340114