PÔR-DE-LUA

Data 21/01/2019 12:53:09 | Tópico: Sonetos

PÔR-DE-LUA

Não s'enluarava assim o horizonte
Senão para o noctívago em segredo
Que atravessando a noite toda a medo
Lirismo quis beber direto à fonte.

Antes que ao alvorecer o sol desponte,
-- Mas, quando já tão tarde que era cedo... --
A lua, alheia ao poeta em seu degredo,
Entre as nuvens prateava todo o monte.

Insone pela rua ele a persegue
Colina após colina por sabê-la
Um presente de rei ali entregue.

E enquanto a antemanhã a cada estrela
Toma sem que penumbra alguma a negue,
Põe-se a lua no céu por quem desvela.

Betim - 21 01 2019



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=341654